Alternativas precisam ser trabalhadas com muito discernimento
Uma das principais dificuldades enfrentadas no mundo corporativo é, sem dúvidas, a captação de recursos. Por melhor que seja um projeto, sempre existem complicações em conquistar parceiros para promover uma expansão orgânica, principalmente no Brasil. Por isso, separamos dois modos extremamente eficientes para se obter investimentos de forma promissora e segura. São eles:
- O crowdfunding;
- O investidor-anjo.
Quer entender o funcionamento de cada um deles? Continue no nosso artigo!
O que é crowdfunding?
Financiamento coletivo, ou crowdfunding, é uma alternativa de aquisição de recursos através de uma coletividade de terceiros. Esse conceito é muito popular em ambientes virtuais, sendo encontrado com facilidade em redes sociais. Nesse sentido, o ideal é buscar comunidades que se beneficiem com o desenvolvimento do seu bem ou serviço, promovendo uma relação entre as partes.
Diversos sites oferecem esse serviço com diferentes meios de pagamento, como o Catarse, a Vakinha, o Kickante e o Kickstarter, o maior portal dessa categoria no mundo. Vale a pesquisa em cada um deles para se garantir que seu projeto seja hospedado na melhor plataforma possível.
Como desenvolver?
Se você acompanha o trabalho de artistas independentes, por exemplo, provavelmente se deparou com campanhas desse gênero em algum momento. Para essa categoria, o trabalho é “mais simples”, o que não significa ser mais fácil.
Afinal, alguns desses indivíduos possuem uma base de fãs estável, que apoia e compartilha seu trabalho por admiração. Nesse caso, por existir uma relação de proximidade mais direta, o crowdfunding aparece como uma opção bastante válida, quase como uma maneira de retribuir as horas de entretenimento “gratuito”.
Apesar disso, a chave para um financiamento coletivo de sucesso para uma empresa são os benefícios. Afinal, os consumidores precisam de um motivo sólido para investir dinheiro em algo que, teoricamente, não existe. Por isso, promova vantagens para seus apoiadores, mesmo que sejam simples. Veja esses exemplos:
- SP Invisível
Um projeto de fotojornalismo que, segundo seus próprios autores, trabalha com a “(…) humanização dos olhares da sociedade através de histórias dos invisíveis de São Paulo”. Apesar de simples, a ideia é absolutamente profunda e sensível, com recompensas extremamente trabalhadas. Entre elas, estão uma newsletter semanal e um livro exclusivo.
- Kiya Miniaturas
Tentando combater a cultura eurocêntrica em jogos de tabuleiro, o Kiya Miniaturas busca aproximar jogos de RPG dos povos originários. Para isso, o grupo desenvolveu diversas miniaturas de indígenas, de criaturas do folclore brasileiro, entre outros. Suas recompensas incluem modelos com e sem pintura e adesivos feitos à mão.
Ou seja, sempre crie alguma forma de incentivo diretamente relacionada ao seu projeto. Assim, o desenvolvimento de cada etapa sempre andará lado a lado com a vontade dos consumidores.
O que é investidor-anjo?
Esse termo surgiu nos Estados Unidos, no início do século XX, como theatre angels, ou “anjos do teatro”. À época, ele se referia a acionistas que saldavam o capital inicial das peças para que elas saíssem do papel e, posteriormente, embolsavam parte da arrecadação das apresentações. Em meados dos anos 1970, essa expressão passou a ser empregada em contextos mais abrangentes, como na inicialização de startups.
O nome é altamente sugestivo, e representa bem os princípios desses indivíduos. Na atualidade, o investidor-anjo costuma ser um empresário ou ex-empresário com certo conforto econômico, que se investe parte de suas finanças em ideias com alto potencial de retorno.
Segundo a organização Anjos do Brasil, especializada nesse segmento, é muito comum que esses profissionais trabalhem em grupos de cinco a 30 pessoas do mesmo setor, visando diminuir os riscos e aumentar as chances de sucesso. A média de aplicação individual é de 5% a 10% do patrimônio de cada um dos envolvidos, resultando em quantias que vão de 200 mil a 1,5 milhão de reais.
Diferente do crowdfunding, essa vertente oferece vantagens além dos limites financeiros. É comum que, por possuir mais experiência de mercado, o investidor-anjo se ofereça como tutor ou conselheiro de determinados negócios, aumentando ainda mais as chances de sucesso baseado em sua consultoria.
Alguns leigos tendem a compreender essa atividade como filantrópica, ou seja, meramente caridosa. Porém, como citamos acima, isso está longe de ser verdade. Por mais que fique repetitivo, é fundamental compreender esse ponto. Apesar da aparente generosidade, o foco, assim como em qualquer outro meio empreendedor, é impulsionar conceitos promissores para conquistar lucro e espaço no mercado.
Quer se tornar um case de sucesso?
A cultura do investidor-anjo é muito forte em território estadunidense, provavelmente porque o país presenciou de perto o nascimento de colossos empresariais graças à essa técnica. Entre os casos mais famosos, estão a Google, o Facebook, a Amazon e a Apple. Sim, a pioneira do mundo dos smartphones só se tornou viável graças a um investimento de 250 mil dólares de Mike Markkula, antigo gerente da Intel.
Outro nome de peso nesse mercado é Reid Hoffman, empreendedor e investidor. Co-fundador do LinkedIn e ex-vice presidente da PayPal, é conhecido no Vale do Silício como startup whisperer, ou “domador de startups”. Ao todo, o empresário possui mais de um bilhão de dólares em investimentos desse tipo.
Porém, para que tudo isso se concretize, é preciso ter muito conhecimento e saber aplicar seus esforços nos lugares certos. Existem inúmeras plataformas dedicas a ligar startups a investidores-anjos ao redor do mundo, mas, antes de qualquer coisa, é necessário estabelecer seu produto como algo promissor a válido para um investimento a longo prazo.
Por isso, trabalhe firme nesse meio e organize reuniões, debate e proponha mudanças sem medo. Sem correções contínuas e adaptações ao mercado, seu produto pode nunca conquistar o espaço que você deseja.
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